No âmbito da 4ª edição do Festival Raiz, terá lugar no próximo dia 27 de junho, às 18h00, um debate sobre o tema “O Papel da Mulher na Arte Tradicional” no Camões – Centro Cultural Português em Maputo.

Este debate conta com a participação das empreendedoras Paula Cuna, Patrícia Vasco, Carmen Miral e Dilayla Romeu e tem como principal objetivo promover a troca de conhecimentos a respeito do estado da tradição e a arte no seu todo, da ciência e da tecnologia desenvolvidas por meio da produção científica nacional e internacional no campo da Música Tradicional. Com periodicidade anual, os debates do Festival Raiz sobre tradição e transformação consolidam-se como o maior espaço de intercâmbio académico, artístico e científico entre pesquisadores, líderes e membros de grupos de pesquisa, docentes e estudantes oriundos de diferentes programas de formação.

A preservação da tradição na memória coletiva pelas mulheres irá ser o principal ponto de discussão e desenvolvimento durante esta iniciativa.

O Festival Raiz pretende promover a diversidade cultural enraizada em Moçambique e promover ainda a valorização, reflexão e discussão das artes em torno da tradição, património sociocultural moçambicano e as suas transformações. Além disso, visa criar uma rede entre artistas a fim de desenvolver indústrias culturais criativas para a promoção local e internacional. A presente edição do Festival Raiz iniciou dia 23 de Maio com a exibição de Filmes Etnográficos filmados por Margot Dias nos anos 1958–61, mostrando instrumentos tradicionais Moçambicanos. O Festival terá continuidade ao longo do mês de Junho.

 

 

Notas biográficas:

Carmen Miral nasceu no Norte de Moçambique, Nacala Porto. Licenciada em sociologia, bacharel em serviço social, mãe, empreendedora social e consultora capilar. Iniciou um movimento em 2015, como resultado de uma lacuna que considerou deveria ser coberta...criar um espaço onde mulheres e homens não fossem descriminados (seja pela sua raça, o seu cabelo ou escolhas que não fossem algo igual ao padrão social que lhes são impostos), onde fossemos todos livres de padrões sociais ou estereótipos. O movimento, que hoje é uma empresa, chama-se Black Khakhela. Carmen Miral tem um salão de beleza e produz atualmente produtos locais para cabelo e pele, especialmente para cabelos crespos.

Dilayla Romeo é fotógrafa profissional com raízes moçambicanas, atualmente vivendo em Maputo. É licenciada em fotografia artística pela escola de arte e design "Serra i Abella" em Barcelona, Espanha. O objetivo do seu trabalho é explorar analogias e criar um ponto de vista pessoal sobre cada assunto, utilizando pessoas, espaços e cores, desenvolvendo a relação entre eles e o conceito que se transforma em identidade do ser humano através de narrativas visuais. Ela está interessada em captar a beleza do comum nas coisas simples da vida a partir de uma perspetiva conceitual. Dilayla Romeo trabalha como fotógrafa freelancer e colabora e trabalha para revistas importantes como LAMONO MAGAZINE (Barcelona) nas áreas de moda, eventos, fitotrofia, entre outros. O seu último projeto pessoal, denominado ROOT-IN e apoiado pela Fujifilm é um projeto fotográfico de conteúdo conceptual que reflete de uma abordagem acerca do trabalho humanitário oferecido pela Fundação Khanimambo em Moçambique e o quotidiano em torno deste centro baseado no Xai Xai. Já participou em exposições individuais e coletivas na Europa(Espanha Alemanha, Itália).

Patrícia Vasco nasceu em Maputo. Desde cedo conviveu com tecidos, linhas e afins, já que a sua mãe, para assegurar o sustento da casa, além de trabalhar no Banco Central, fazia trabalhos de costura. Surgiu então, a paixão de Patrícia pelo mundo da moda. Como a sua mãe sempre foi a sua maior referência, licenciou-se em Gestão Bancária e tirou o mestrado em Gestão de Empresas. Durante cinco anos trabalhou numa Instituição Bancária, no último ano esteve à frente da análise de crédito para PMEs (Pequenas e Médias Empresas) onde adquiriu experiência suficiente para engrenar na carreira empresarial onde se encontra atualmente. É formada em dança e por se ter apresentado várias vezes como bailarina no Mozambique Fashion Week, foi convivendo de perto com vários estilistas e surgiu a ideia de criar coleções para crianças no Mozambique Fashion Week Kids, com o intuito de, após o desfile, doá-las a um orfanato.

Paula Cuna nasceu em Maputo. Formada em contabilidade e gestão, mãe de 3 filhos e esposa. Foi técnica do sector bancário por 7 anos e vê-se forçada a deixar essa área para ficar com a filha, que tinha apenas 1 (um) ano de idade na altura, e diagnosticada com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), e mais tarde para acompanhar o companheiro que estava em missão de serviço em Luanda - Angola. Depois de alguns anos fora de Moçambique, apaixonou-se pelo Afro Fashion. Escolheu o Brasil para fazer a sua formação em Arte, costura e confeção de acessórios em 2014. No mesmo ano, juntamente com a sua mãe e os seus irmãos, fundou a UZURI CREATIONS que é uma palavra de origem SWAHILI e que significa BELEZA. Marca dedicada a confeção de acessórios e roupas, com bases fortes em tecidos africanos como a capulana. Participou em vários eventos como Feiras Internacionais, Festivais Nacionais de Música e Cultura dentro e fora de Moçambique. Através de alguns estilistas moçambicanos estabelecidos, os acessórios ultrapassaram as fronteiras complementando os seus coordenados no Lisbon Fashion Show 2015, Luanda Fashion Week 2015, na ModaLisboa e ainda na Mozambique Fashion Week '16. Participou no Fashion week com a colecção African Roots. Uzuri Creations ganhou o prêmio de Melhor MODA na Feira Internacional de Turismo - FIKANI 2017. A Uzuri chegou às passarelas do African Design show '17 em Lisboa e ainda ao maior festival de sempre o ESSENCE FESTIVAL '17 na cidade de Durban.

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