Mélio João Tinga (Maputo, 1994) é o vencedor da 4.ª edição do Prémio Literário Imprensa Nacional/ Eugénio Lisboa. O Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa contempla a edição da obra vencedora, bem como a atribuição do valor monetário de 5.000,00 € (cinco mil euros) ao vencedor.

O júri constituído pelo poeta e editor moçambicano Mbate Pedro, na qualidade de Presidente, por Sara Jona Laisse e Paula Mendes, deliberou atribuir o prémio de prosa literária INCM/Eugénio Lisboa ao texto “Marizza”, da autoria de Mélio João Tinga, e uma menção honrosa ao texto “Eva”, de Léo Cote.

A atribuição do Prémio Literário Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa a “Marizza” deve-se, segundo o júri, à criatividade com que o autor aborda um assunto do quotidiano e à qualidade e inovação estética da obra, numa narrativa coesa e coerente, na qual a forma se sobrepõe ao conteúdo. Destaca-se nesta obra, a qualidade literária de uma escrita permeada por notáveis registos poéticos. “Marizza” ajuda-nos a refletir sobre o lugar da literatura e da cultura nos tempos modernos.

Ainda na opinião do júri, a menção honrosa ao texto “Eva”, deve-se à atualidade temática e o modo como o autor aborda o universo feminino numa sociedade patriarcal e num contexto de profundas desigualdades sociais.

Concorreram à 4.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa um total de 42 textos.

Este importante prémio literário foi criado em 2017 pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, dando corpo à sua missão de promoção e preservação da língua portuguesa e tendo em consideração a relevância de Eugénio Lisboa, enquanto cidadão e homem de cultura nascido em Moçambique, mas também como seu autor.

O Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa visa selecionar trabalhos inéditos de grande qualidade no domínio da prosa literária e, além de uma componente pecuniária, contempla a publicação das obras distinguidas em cada edição, incentivando desta forma a criação literária moçambicana.

Notas biográficas:

Mélio Tinga nasceu, vive e trabalha em Maputo. É designer de comunicação, escritor e empreendedor. Co-fundador da empresa DESIGN Talk, editor da Revista DEZAINE e organizador da Conferência Internacional Connects. Colunista permanente no Design Culture (Brasil). É embaixador da Southern Africa Startup Awards (SASA) e fundador da BROKEN. É diretor de arte e colaborador permanente da Revista LITERATAS.  É membro do Movimento Literário Kuphaluxa desde 2013. Foi finalista do Prémio 10 de Novembro 2019, com o livro inédito «Outro Dia a Nuvem Evapora». Dirige o Ventrículo – pequeno jornal de contos. Destacam-se as seguintes publicações: “A Engenharia da Morte” (Literatas, 2020), “Contos e crónicas para ler em casa” – Volume I (coorganização e participação, Literatas, 2020), “Contos e crónicas para ler em casa” – Volume II (coorganização, Literatas, 2020), antologia “Idai – marcas em verso e prosa” (coordenação e participação, Gala Gala Edições, 2020), “O Voo dos Fantasmas” (Ethale Publishing, 2018), “Design de identidade Visual” (ebook), “Design Contra Parede” (ebook), “O Hambúrguer que Matou Jorge – Antologia de Contos Criminais Moçambicanos” (Ethale Publishing, 2017).

Léo Sidónio de Jesus Cote nasceu em 1981, em Maputo (Moçambique). Frequentou o curso de Linguística e Literatura na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane. Foi professor primário e secundário. Actualmente actua como revisor linguístico. Fez igualmente parte do projecto JOAC (Jovens e Amigos da Cultura), entre 2003 a 2004. Em 2004 faz-se membro co-fundador do grupo Arrabenta Xithokozelo, que passou a animar as noites de poesia e música no Modaskavalu (Teatro Avenida). Tem organizado e participado em recitais de poesia e em tertúlias literárias, tendo participado num programa de rádio, por um ano e meio, como leitor e comentador de obras literárias na Politécnica Rádio da Universidade Politécnica. Publicou Carto Poemas de Sol a Sal (2012) e Poesia Total (2013), este último resultado do prémio literário 10 de Novembro do Concelho Municipal da Cidade de Maputo, 2012. Tem poemas publicados nas colectâneas Arqueologia da Palavra e a Anatomia da Língua (2013) e Antologia Inédita – Outras Vozes de Moçambique (2014), e em revistas electrónicas.