A exposição individual de fotografia Paisagens Interiores de Filipe Branquinho é uma coprodução do Camões — Centro Cultural Português em Maputo com a Câmara Municipal de Lisboa/EGEAC.

Narrar a cidade onde nasceu, vive e trabalha, conhecer as suas histórias no cruzar dos tempos, aqueles que a percorreram e a habitaram, aqueles que a construíram e constroem, esteve na génese do projeto fotográfico desenvolvido entre 2011 e 2015 por este fotógrafo moçambicano.

Afastando-se de um registo documental convencional e de uma busca em fixar edifícios icónicos da cidade, Branquinho apresentou uma série de 24 fotografias ao longo da qual nos propõe uma viagem por espaços públicos e semipúblicos da cidade.

Por ocasião da exposição Paisagens Interiores foi editado um catálogo bilingue (Português/Inglês). Ficha Técnica: Conceção e Edição - Alexandra Pinho; Textos - Alexandra Pinho, Filipe Branquinho, Sandra Vieira Jurgens, Joana Gomes Cardoso, José Carrilho, José Forjaz, José Pinto de Sá e Mia Couto; Revisão - Mónica Guerreiro; Tradução - Inês Mendes; Design - João Roxo/Estúdio Anima; Impressão - Gráfica Maiadouro, SA; Tiragem - 750 exemplares; Depósito Legal - 4000239/15.

Depois de Maputo, onde foi visitada por 711 pessoas, a exposição foi apresentada na Galeria da Avenida das Índias, espaço EGEAC/CML, entre 29 Março e 5 de Junho de 2016.

A série Paisagens Interiores de Branquinho foi apresentada na Telling Time — 10ª Bienal Encontros de Fotografia de Bamako (2015) e ganhou o Prémio Internacional de Fotografia Contemporânea Africana Popcap’15.

Filipe Branquinho nasceu em Maputo, Moçambique, em 1977, onde vive e trabalha. Tendo crescido durante a Guerra dos 16 Anos, num ambiente intimamente ligado ao mundo do jornalismo e das artes, tornou-se particularmente envolvido no campo da fotografia, através do contato com alguns dos maiores nomes da fotografia moçambicana, como Ricardo Rangel, Kok Nam e José Cabral. Fotógrafo autodidata estudou arquitetura na Universidade Eduardo Mondlane em Maputo e na Universidade Estadual de Londrina, no Brasil. Na sua prática, aborda questões de foro social, debruçando-se sobre a realidade moçambicana, especialmente os modos de vida da população, as mitologias e as dinâmicas urbanas. Explora temas como a diferença de classes, cultura, política, memória coletiva e o trabalho. O estilo de Branquinho combina a sua filiação arquitetónica e a familiaridade com a escola de fotografia moçambicana, fundindo géneros como o retrato e a paisagem.