O livro África, Os Quatros Rios - a representação de África através da literatura de viagens europeia e norte-americana, 1958-2002, de António Pinto Ribeiro, será lançado no Camões-Centro Cultural Português, no dia 16 de Novembro, às 18h00.

Depois de ter sido apresentado em março deste ano em Portugal, o livro proporcionará ao público da capital moçambicana conhecer a investigação mais recente realizada por António Pinto Ribeiro em torno da representação de África através da literatura de viagens europeia e norte-americana. O livro será apresentado por Alexandra Pinho, diretora do Camões – Centro Cultural Português em Maputo, numa sessão que conta com a presença do autor.

Partindo de quatro grandes rios africanos - o Níger, o Zambeze, o Nilo e o Congo, António Pinto Ribeiro aborda, primeiramente, um conjunto de textos de viajantes dos séculos XVIII e XIX para depois se concentrar na análise de três de autores europeus e um de um autor americano: Ébano. Febre Africana, de Ryszard Kapuscinski, Aventuras em África, de Gianni Celati, Baía dos Tigres, de Pedro Rosa Mendes e Viagem por África, uma viagem por via terrestre entre o Cairo e a cidade do Cabo, de Paul Theroux.

Nas palavras de Margarida Calafate Ribeiro, “as viagens que enformam estas obras foram realizadas depois de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, em que assistimos à passagem de uma África colonizada para uma situação de uma África independente e pós-colonial. Quem são estes viajantes escritores? Que subjetividades, preconceitos e continuidades ou ruturas existem nestes modos de narrar África? Que passados são geridos e reescritos? Que relação entre África e Europa é aqui re-apresentada? E que futuros são gerados por estas narrativas?”.

Nota Biográfica:

António Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa, viveu em vários países em África, continente que visita com regularidade no âmbito das suas atividades. Fez a sua formação académica em Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos de Cultura. É investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra inserido no projeto “MEMOIRS – Filhos de império e pós-memórias europeias” (financiado pelo Conselho Europeu de Investigação). A par do seu trabalho de investigador e professor tem desenvolvido atividades de programação e de curadoria internacionais, entre as quais se salienta a curadoria da exposição “Réplica e Rebeldia” – Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, apresentada no Museu Nacional de Arte de Moçambique em 2006.

Foi diretor artístico e curador responsável em várias instituições culturais portuguesas, nomeadamente da Fundação Calouste Gulbenkian (2004 e 2015) e da Culturgest (1993-2004). Os seus principais interesses desenvolvem-se na área da arte contemporânea, especificamente artes em África e na América Latina. É autor de vários ensaios e livros como História da dança em Portugal, Ser feliz é imoral?, Abrigos e Questões Permanentes, bem como organizar de Grandes Lições, Volumes I e II (2013) e do jornal Próximo Futuro/Future Next (2009-2015).

18h00