A exposição Plano das Coisas de Jorge Dias traz a público um conjunto de mais de 40 obras deste artista moçambicano que expõe regularmente desde início da década de 1990 em diversas instituições em Moçambique e no estrangeiro.

Plano das Coisas dá continuidade ao trabalho que Jorge Dias tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, de acumulação, justaposição e deslocamento de objetos, artesanato e acessórios em composições diversas. O artista coloca constantemente em causa o mundo em seu redor, refletindo sobre o que o inquieta mediante um pendor social, humano e político, ao mesmo tempo que questiona o campo artístico, sobretudo na forma como desafia os meios de expressão considerados mais clássicos.

As “Coisas” de Jorge Dias, palavra que o artista tem vindo a utilizar para algumas das obras tridimensionais, são aqui colocadas em confronto com a bidimensionalidade de um plano, o qual se volta a “transformar” numa composição com três dimensões, ao apresentar uma acumulação de objetos diversos, cada um deles com textura, cor e forma.

Em Plano das Coisas, o lado “orgânico” da obra de Jorge Dias desafia e expande o espaço expositivo, ao ocupar o pátio exterior da galeria do Camões com uma instalação que resgata vários objetos reinventando novas formas e criando relações que são também um convite ao público para nela participar, pois é na relação obra-espaço-espetador que a instalação pode ser considerada completa.

A exposição Plano das Coisas é acompanhada de um pequeno catálogo, com textos de Alexandra Pinho, António Cabrita e João Silvério.

Esta exposição patente no Camões – Centro Cultural Português segue viagem para a Beira, onde pode ser visitada no Camões – Centro Cultural Português Pólo da Beira, de 12 de julho a 10 de agosto de 2017.

A exposição Plano das Coisas, de Jorge Dias, conta com o apoio do Ministério da Cultura e do Turismo, Fundac, Banco Único, Escola Nacional de Artes Visuais, MUVART (Movimento de Arte Contemporânea) e Arte D´Gema.

Sobre a exposição "Plano das Coisas", de Jorge Dias, destacamos a notícia na AFRICANEWS.

Nota Biográfica: Jorge Dias (Maputo, 1982) estudou Cerâmica na Escola Nacional de Artes Visuais em Maputo e Escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil). É membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique - MUVART e, atualmente, é diretor e docente na Escola Nacional de Artes Visuais, em Maputo.

Expõe regularmente desde inícios da década de 1990, tendo realizado exposições individuais em diversas instituições, entre as quais se destacam as seguintes: Museu Nacional de Arte (com Gemuce, Maputo, 2005); Centro Cultural de Lagos (com Nelson Leirner, Lagos/Portugal 2005); Centro Cultural Franco-Moçambicano (Maputo, 2007 e 2015); Camões – Centro Cultural Português (Maputo, 2010); Espaço Fundação PLMJ (com Lino Damião, Lisboa/Portugal, 2012), Mediateca do BCI (Maputo, 2014).

Participou em várias exposições coletivas, entre as quais se destacam: Réplica e Rebeldia (2007); Lisboa-Luanda-Maputo na Galeria Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (2007); Anganza África na October Gallery (2008); Bienal de S. Tomé e Príncipe (2008); Africa Now na Sede do Banco Mundial (2009); África 2.0 na Influx Contemporary Art (2012).

A sua obra está representada em diversas coleções públicas e privadas em Moçambique e no estrangeiro.

Trabalhou como curador no Museu Nacional de Arte em Maputo (2007-2010) e participou, também na área da curadoria, em vários projetos a nível nacional e internacional, entre os quais se destacam: Feira de arte ARCO´06 (Madrid/Espanha, 2006); Feira de Arte Lisboa (Lisboa/Portugal, 2004 e 2008); Expo Arte Contemporânea Moçambique (Maputo, 2004/06/08/10); como co-curador na Bienal TDM A Máquina Que Queria Voar (Maputo, 2007) e na Bienal TDM Espaços de Hoje: desafios e limites (Maputo, 2009).

Escreve sobre a produção da arte em Moçambique desde 2003 e contribui para a teorização das produções mais recentes, tendo publicado artigos nos jornais Notícias, Meianoite e O País, no blog do MUVART e na revista Artecapital (Portugal).