Jorge Dias é o artista vencedor da 4ª edição do programa de Residência Artística para Artes Visuais e Fotografia, em Lisboa, que decorre entre 1 e 31 de maio de 2018.
Criado ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, o programa destina-se a artistas visuais e/ou fotógrafos, de nacionalidade moçambicana ou residentes em Moçambique, há mais de dez anos, que já tenham currículo na área e pretendam desenvolver um projeto coerente, consistente com o seu percurso artístico, pertinente na proposta de relação com a cidade de Lisboa e com reconhecido interesse no âmbito da arte contemporânea.
O Júri constituído por Jürgen Bock (curador independente convidado), Manuel Veiga (Câmara Municipal de Lisboa) e Alexandra Pinho (Camões – Centro Cultural Português em Maputo) avaliou onze candidaturas, uma das quais da cidade da Beira, e decidiu por unanimidade selecionar a proposta de trabalho de Jorge Dias, pelo excelente currículo e mérito de trabalho desenvolvido ao longo da carreira artística, mas também pela sua pertinência e adequação à lógica de criação artística contemporânea que se pretende privilegiar neste programa. O Júri considerou que a proposta de trabalho apresentada, constitui um efetivo projeto de pesquisa e questionamento, demonstrando um elevado grau de maturação e coerência com o percurso artístico do candidato.
Nota Biográfica:
Jorge Dias (Maputo, 1972) estudou Cerâmica na Escola Nacional de Artes Visuais em Maputo e Escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil). É membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique - MUVART, foi Diretor da Escola Nacional de Artes Visuais e Diretor Adjunto do Museu Nacional de Arte em Maputo. Atualmente é diretor do Centro Cultural Brasil Moçambique.
Expõe regularmente desde inícios da década de 1990, tendo realizado exposições individuais em diversas instituições, entre as quais se destacam as seguintes: Museu Nacional de Arte (com Gemuce, Maputo, 2005); Centro Cultural de Lagos (com Nelson Leirner, Lagos/Portugal 2005); Centro Cultural Franco-Moçambicano (Maputo, 2007 e 2015); Camões – Centro Cultural Português (Maputo, 2010); Espaço Fundação PLMJ (com Lino Damião, Lisboa/Portugal, 2012), Mediateca do BCI (Maputo, 2014), Plano das Coisas (Maputo, 2017).
Participou em várias exposições coletivas, entre as quais se destacam: Réplica e Rebeldia (2007); Lisboa-Luanda-Maputo na Galeria Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (2007); Anganza África na October Gallery (2008); Bienal de S. Tomé e Príncipe (2008); Africa Now na Sede do Banco Mundial (2009); África 2.0 na Influx Contemporary Art (2012).
A sua obra está representada em diversas coleções públicas e privadas em Moçambique e no estrangeiro.
Trabalhou como curador no Museu Nacional de Arte em Maputo (2007-2010) e participou, também na área da curadoria, em vários projetos a nível nacional e internacional, entre os quais se destacam: Feira de arte ARCO´06 (Madrid/Espanha, 2006); Feira de Arte Lisboa (Lisboa/Portugal, 2004 e 2008); Expo Arte Contemporânea Moçambique (Maputo, 2004/06/08/10); como co-curador na Bienal TDM A Máquina Que Queria Voar (Maputo, 2007) e na Bienal TDM Espaços de Hoje: desafios e limites (Maputo, 2009).
Escreve sobre a produção da arte em Moçambique desde 2003 e contribui para a teorização das produções mais recentes, tendo publicado artigos nos jornais Notícias, Meianoite e O País, no blog do MUVART e na revista Artecapital (Portugal).