Na sua 9ª Edição, o Kinani vai receber obras artísticas de companhias de vários países. Os trabalhos estarão focados em mostras artísticas que surgiram como consequência do isolamento. O festival decorrerá entre 23 e 28 de novembro e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo patrocina duas apresentações durante este evento, dias 25 e 26 de novembro.
Dia 25 de novembro, às 18h00, no Teatro Avenida é apresentado o resultado da 1ª edição do programa “Itinerários” - programa de incentivo à criação artística, dirigido a criadores moçambicanos na área da dança, numa parceria entre o OPART E.P.E. | Estúdios Victor Córdon (EVC) e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo. O projeto pretende criar uma rede entre Moçambique, Portugal e outros parceiros na Europa, com o intuito de promover a internacionalização. Desta forma, o projeto tem como linha orientadora realizar iniciativas que se correlacionam nos territórios associados.
O coreógrafo moçambicano Horácio Macuacua foi eleito nesta 1ª edição para propor um coletivo de artistas que integraram a 1ª edição deste programa. Este coletivo, constituído pelos artistas Mai-Juli Machado, Osvaldo Passirivo e Yuck Miranda desenvolveu o seu trabalho de criação durante 1 residência artística nos EVC, com a duração de 2 semanas. Este período culminou num meeting, onde se propôs uma mostra do trabalho realizado ao longo da residência a operadores culturais convidados, seguido de uma conversa acerca dos processos e realidades dos criadores. O meeting foi organizado e apresentado pelo coreógrafo David Marques. Para além do meeting, David Marques acompanhou o coletivo durante todo o período de residência, ampliando as suas vivências e possibilitando a interação e o contacto direto com atividades culturais locais. Após a residência em Lisboa, o trabalho do coletivo é agora apresentado no Festival Kinani em Maputo.
Dia 26 de novembro, às 20h00, no auditório do Centro Cultural Franco Moçambicano, é apresentado o espetáculo “Adorabilis” dos renomados coreógrafos portugueses Jonas & Lander.
Adorabilis cria um espaço cerimonial preenchido por corpos em estado de emergência, que atua como uma máquina ficcional albergando três presenças expostas e vi4mizadas por tensões invisíveis. Em estado de alerta, as interações destas presenças são constantemente inspecionadas por um olho virtual, enérgico, não ficando claro se a sua natureza é autoritária ou passiva, se controla ou cuida. Este quarto performer digital pode ainda ter o poder de suges4onar ao público que performers ou zonas cénicas são mais relevantes, no momento. Jonas & Lander servem-se da riqueza da biodiversidade cultural e natural para criar uma dança-labirín4ca. A luz, o som e o cenário são elementos autónomos que afetam o comportamento e reação dos performers, tal como a chuva, a noite ou a primavera são elementos determinantes na vida dos animais.
Jonas&Lander, dupla de coreógrafos portugueses, têm contribuído para o imaginário um do outro desde 2011 quando iniciam a sua colaboração. Destacam-se com Cascas d’Ovo, obra que os levou a vários palcos nacionais e internacionais. Desde então, até 2017, criam e apresentam também Matilda Carlota, Arrastão e Adorabilis. Foram distinguidos como “Aerowaves Priority Company” em 2014 e 2017. Em 2019, estreiam Lento e Largo, espetáculo coproduzido pela Rede 5 Sentidos, Teatro do Bairro Alto e Teatro Freiburg (AL), nomeado pela SPA para a categoria de Melhor Coreografia de 2019, e Coin Operated, em coprodução com a BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Em 2021, Jonas&Lander propõem-se a resgatar as danças perdidas do Fado, num espetáculo híbrido entre a música e a dança, Bate Fado, acompanhado por uma exposição sobre a investigação que precedeu o período de criação, Gabinete de Curiosidades.
Fotografia de Fabian Andres Cambero.
Em breve será partilhado o programa geral da Plataforma.