No Dia Mundial da Língua Portuguesa,  dia 5 de Maio, às 18 horas, a Editorial beirense Fundza lança no Camões – Centro Cultural Português em Maputo a primeira obra literária de José Luís Peixoto sob a chancela de uma editora moçambicana.
Intitulada "Somos a primeira pessoa do plural", a obra é constituída por 20 textos, entre os quais, “Antes de embarcar para Moçambique”, “O meu lugar”, “Esta é a estrada, nós somos os condutores”, “A vida”, “Todo o silêncio” e “Família”.
Em 101 páginas, José Luís Peixoto, um dos célebres escritores portugueses da atualidade, traz o que considera uma edição especial, concebida com o desejo de partilhar algumas ideias fundamentais da sua obra com os leitores moçambicanos. “A ideia essencial por detrás desta publicação é contribuir para essa partilha. Regresso a Moçambique e, mesmo antes de chegar, sei que vou receber muito dessa terra e dessa gente, a generosidade com que sempre fui recebido dá-me essa certeza. Este livro é uma forma de tentar retribuir um pouco”, disse o escritor.
Segundo com Peixoto, a oportunidade de editar "Somos a primeira pessoa do plural" pela Fundza “surgiu de acordo com contactos prévios e com a amizade que mantenho com o escritor, editor e dinamizador cultural Dany Wambire. Sinto-me muito orgulhoso de lançar este livro numa editora moçambicana e, em especial, de uma editora da Beira. Penso que é muito importante que também exista dinamismo cultural fora da capital dos países. Esse é um sinal de desenvolvimento, um passo no sentido de uma desejável harmonização do território”.

Os textos de "Somos a primeira pessoa do plural", os relacionados com Moçambique, nasceram de visitas anteriores e das boas experiências que José Luís Peixoto teve no país. “Ainda tenho muito para descobrir, mas este já não é um país desconhecido. Espero, aliás, voltar a integrar imagens e ideias de Moçambique nos meus livros futuros”, disse o escritor.

José Luís Peixoto é um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra abrange vários géneros, do romance à poesia, passando pela crónica e pelo teatro. Peixoto foi distinguido várias vezes. Por exemplo, com o Prémio José Saramago.