Vão ser apresentados publicamente na Biblioteca do Centro Cultural Português em Maputo os livros do autor Adelino Timotéo, “A luz diáfana do amor” e “O voo das Fagulhas”. O evento será presencial mas o mesmo será também transmitido em direto através das plataformas sociais, Facebook e Instagram da Alcance Editores.
A luz diáfana do amor: A poesia de Adelino Timóteo reverbera no leitor como fascínio residual capaz de abrir portas onde havia paredes. “Construir com amor em ti janelas.” Se da luz diáfana da chama voluptuosa que expressa este sentimento resta apenas fagulhas, que estas possam voar e espalhar suas chispas acesas, possibilitando sua permanência. Afinal, disso se trata a experiência idílico-amorosa: a certeza de que o amor subsistirá, pois, como cantou Chico Buarque de Holanda, “Amores serão sempre amáveis/ Futuros amantes , quiçá Se amarão sem saber/ Com o amor que eu um dia/ Deixei para você.”
O voo das Fagulhas: O escritor, felizmente, tem duas costelas. Uma mais universalizante, outra africana, moçambicana. Por causa da educação. Nasceu num país mestiço. O meio era um pequeno bairro. Onde o respeito pelo outro, a convivência, a aproximação, deram as balizas que permitiram estar bem com ele mesmo, no sentido de quem ele é de onde vem e para onde vai. Ele se vê mestiço. A mestiçagem a que se refere não tem sustentáculo na cor. A matiz é bantu, fascinado pela Ilha de Moçambique, desde logo da metonímia em relação a esta nação crioula. A província da Zambézia, o vale do Rio Zambeze, tem os condimentos de uma riqueza crioula, mestiça um baú, um manancial, não sendo apenas uma riqueza, é um grande filão para oferecer ao mundo. A escrita do autor, naturalmente, não é isenta deste lindo mosaico. Não é isenta deste imaginário onde se cruzam portugueses, goeses, índios, galegos, árabes, fenícios, brasileiros e bantus. É isso que augurou oferecer àqueles que gostam de ler ao autor: um cruzamento de povos e religiões. Do antigo colonizador herdou a língua, na qual escreve como Caliban que apropriou da língua como ferramenta, um instrumento/arma de arremesso, não para se prostrar ante a ninguém, mas sobretudo para se libertar de todos os prósperos, que ainda há por diante e à volta. Português é a língua materna do autor. Daí esta obra, uma junção de poesia erótica com uma dinâmica e entendimento muito forte.
17h00