A Editorial Fundza irá proceder, às 17h30 horas do dia 21 de setembro, no Camões – Centro Cultural Português em Maputo, ao lançamento do mais recente livro do escritor Juvenal Bucuane.
Intitulado MASINGUITA ou a subtileza do incesto, a novela ficciona uma prática que, existindo na sociedade moçambicana, muitas vezes, é ignorada. Trata-se de uma história sobre o incesto, uma união ilícita entre parentes próximos, em grau proibido por lei. No centro da narrativa encontram-se Marta e Pepuka, que, para o autor, representam a personificação de pessoas reais.
A mais recente ficção de Juvenal Bucuane é inspirada em acontecimentos concretos. No entanto, a fim de não ferir suscetibilidades, o autor tomou o devido cuidado, ora subvertendo o perfil das personagens, ora dando-as existência particular. “Aliás, todas as personagens do livro são fictícias, assim como os lugares-cenários e atos. Passei os diferentes estágios do meu crescimento em diversos bairros suburbanos da capital moçambicana e conheço deles o bastante para poder contar como se vive nesses lugares”, disse o escritor numa recente entrevista à revista Soletras.
A escrita de MASINGUITA ou a subtileza do incesto foi, para Juvenal Bucuane, um exercício árduo, pois o seu grande desafio estava além de uma mera ficção, “por implicar algo que me parecia profundo e verdadeiro, factual, que para ser abordado com alguma probidade, tinha de ser feito com recurso a algum caso precedente, ocorrido em alguma época e em algum lugar. Assim busquei reminiscências do que estudei há bastante tempo sobre a antiguidade na história universal, mais propriamente, a relação entre o Rei Édipo e a Rainha Jocasta, que serviu de base para as pesquisas psicanalistas de Sigmund Freud”.
MASINGUITA ou a subtileza do incesto foi escrito durante o segundo semestre de 2021, numa altura em que o escritor encontrava-se confinado em casa, por causa da COVID-19.
Juvenal Bucuane define MASINGUITA como uma crítica, por saber que o incesto, ato abjeto, acontece no seio de muitas famílias e é consentido mesmo sabendo-se que é moralmente condenável. “É, também, uma intervenção, pois penso que aqueles que o lerem e não se coadunam com a sua prática, não só ficarão escandalizados com esta realidade que no livro trago, como também, cientes da corrosão que o incesto provoca no seio das famílias e em geral da sociedade, algo farão para ajudar na sua erradicação”, reforçou o escritor na mesma entrevista à Soletras.
O novo livro de Juvenal Bucuane, o seu primeiro pela Editorial Fundza, será apresentado no Camões – Centro Cultural Português em Maputo pelo jornalista e ensaísta José dos Remédios.
17h30