O autor Zacarias Nguenha escolheu o Centro Cultural Português da Beira para se estrear nos lançamentos de livros do panorama nacional com o seu livro “Confissões da Madrugada”, com a chancela da Massinhane Edições.
A cerimónia de lançamento terá lugar no dia 07 de março, às 17h30, e contará com a apresentação do Professor Doutor Fernando Chicumule.
Sobre o Autor:
Zacarias Lucas Lázaro Nguenha nasceu a 20 de fevereiro de 1994, na localidade de Munhinga, distrito de Sussundenga.
Em 2012, concluiu o Curso Básico de Formação de Professores pelo Instituto de Formação de Professores de Chibata. Em 2018, concluiu o Curso Médio no mesmo instituto.
Neste momento, está a concluir a Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Católica de Moçambique. Simultaneamente, está a licenciar-se em Direito pela Universidade Púnguè.
Nguenha é professor de Língua Portuguesa no distrito de Gondola, Manica. De entre os seus trabalhos, encontramos textos de opinião e crónicas publicados no Cartas de Moçambique e no Integrity Magazine.
Sobre o Livro:
“Confissões da Madrugada” é uma poética que estreia Zacarias Nguenha na literatura moçambicana, de acordo com Vanessa Riambau Pinheiro, Professora Doutora de Literaturas Africanas na Universidade Federal da Paraíba – Brasil, prefaciadora da obra. O livro de estreia do poeta Nguenha, Confissões da Madrugada, tem este viés lírico-amoroso. As epígrafes de Adelino Timóteo (“...O maior dos meus deslizes foi ter jurado simultaneamente fidelidade a ti e a poesia”) e Florbela Espanca (“Ser poeta é [...] dizê-lo cantando a toda a genteǃ”) dão o tom à obra, que se encontra dividida em cinco secções: I – O Sonho; II – O Choque; III – A Confissão; IV – A Vénia e V – A Súplica.
Em “O Sonho”, o eu poético canta os seus amores de maneira neorromântica.
Em “O Choque”, os versos ganham maior elaboração estética, assumindo denotações várias. A amada, por sua vez, torna-se mais real à medida em que é desejada pelo eu poético.
A terceira secção, “A Confissão”, é a declaração amorosa: se inicialmente houve o elogio ao sentimento e depois a externalização do desejo e personalização da amada, a terceira secção é o amor revelado, com todos os seus efeitos.
Desta feita, é mister salientar o cariz epifânico que a poesia possui, visto que o sentido adquirido através da leitura é um processo de revelação que se dá através da nomeação da palavra. O amor, nos versos de Nguenha, é nomeado enquanto ideal e desejo e, uma vez correspondido, é também alicerce; assim, manifesta-se o processo no seu completo desvelamento, complementado por “A Vénia” na secção IV: rendido o poeta, homenagens são feitas aos antepassados e à amada.
A quinta e última parte deste exercício amoroso chama-se “A Súplica” e, como o título indica, traz um clamor pela permanência do enleio afetivo. Inicialmente, esta súplica dirige-se ao deus cristão.
No final, entretanto, a reza perde o destinatário; sacraliza-se o Amor, “amor nosso”, numa prece que lembra o “Pai Nosso”.
Sobre o Apresentador da Obra:
Fernando Manuel Samuel Safo Chicumule, Doutorando em Língua, Cultura e Sociedade, é Mestre em Língua e Literatura Portuguesa pela UniZambeze; Pós-Graduado em Línguas, Literaturas e Culturas e Especializado em Língua Portuguesa e Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa pela Universidade de Aveiro; Licenciado em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa; e é Bacharel em Ensino de Português pela Universidade Pedagógica de Maputo.
Fernando Chicumule é Assistente Universitário, Diretor do Centro de Documentação, Informação e Mediateca da UniZambeze e Docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade Zambeze, bem como Docente convidado na UCM e UnISCED.
Chicumule foi o prefaciador e apresentador da obra poética “Um e Outros Telegramas”, de Augusto Pedro; através da Editorial Fundza, também apresentou “O Marido das Sombras”, de Suzana Espada.
É Autor do capítulo “A colocação do clítico nos contos «Cada homem é uma raça» e «Vozes Anoitecidas»”, de Mia Couto; do artigo “O uso do clítico em estudantes do ensino secundário e Universitário”, na forja; e é coautor do artigo “Dimensão Sociocultural de Algumas Canções do moçambicano Momad Ali Faque e do angolano Gabriel Tchiema”.
No seu vasto percurso académico, Chicumule releva-se como participante em conferências e congressos nacionais e internacionais e como crítico literário.
17h30