Exposição “Fico a Ver o Lá Daqui”, de Jorge Dias, uma iniciativa que marca o arranque da programação anual do Camões - Centro Cultural Português em Maputo e o regresso do trabalho (individual) do artista moçambicano a este espaço expositivo, após ter apresentado em 2017 a mostra “Plano das Coisas”.

Segundo o artista, a exposição “é sobre o aqui e agora, sobre as memórias e os valores culturais, sobre o processo de construção de identidade comum e a sua transformação permanente. É sobre as perguntas que fazemos sobre nós, que dão sentido à vida que temos. É o caminho para novos diálogos e significados.”

A mostra ocupa o espaço da Galeria do Centro Cultural Português e conta com a participação especial da historiadora Alda Costa, que escreveu um texto inédito onde refere uma das diretrizes que o Centro Cultural Português quer destacar nesta nova temporada: “No ano em que se celebram 50 anos de Moçambique independente, dar visibilidade aos seus artistas com uma exposição de Jorge Dias (n.1972) só pode ser um bom presságio para uma maior valorização da criação moçambicana.” Também neste texto, podemos ler que: “Nos trabalhos que Jorge Dias apresenta em cada exposição, refletindo a sua abordagem única à arte, ele recorre a um processo acumulativo. Aprofunda ideias e formas presentes em projetos anteriores, conecta passado e presente, reutiliza e recria, estabelecendo pontes.”

A exposição “Fico a Ver o Lá Daqui” ficará aberta ao público na galeria do Camões – Centro Cultural Português em Maputo até o dia 15 de março. O horário de visita é de segunda a sábado, das 10h às 17h.

A entrada é gratuita.

 

Nota biográfica de Jorge Dias:

Jorge Dias nasceu em 1972 em Maputo. Estudou Cerâmica na Escola Nacional de Artes Visuais em Maputo entre os anos de 1987 e 1992; formou-se em Escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil) em 2002.

Realizou exposições individuais e colectivas em diversas instituições entre as quais se destacam as seguintes: “Humano” Museu Nacional de Arte, com Gemuce, Maputo em 2005; “Zoologia dos Trópicos” Centro Cultural de Lagos, Lagos/Portugal, com o brasileiro Nelson Leirner, em 2005; “Lisboa-Luanda-Maputo” na Galeria Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Lisboa/Portugal, em 2007; “Réplica e Rebeldia” em Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Angola, em 2007); Bienal de S. Tomé e Príncipe, em 2008); “Angaza África” na October Gallery, Londres/Reino Unido, em 2008; “Africa Now” no Banco Mundial, Washington DC/EUA, em 2009; “África 2.0” na Influx Contemporary Art Lisboa/Portugal, em 2012; “Zoologia dos Fluxos” e “Lugares de Passagem” no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em 2007 e 2015; Processos” na Kulungwana, em 2013; “Transparência: Processos Criativos e Devaneios” e “Plano das Coisas” no Camões – Centro Cultural Português – Maputo em 2010 e 2017; Espaço Fundação PLMJ, com Lino Damião, Lisboa/Portugal, em 2012, “Pancho: Outras Formas e Olhares” com Sónia Sultuane, em Maputo e Ilha de Moçambique, em 2018; “Um Urbanista da Memória” No AT | AL | 609 – Lugar de Investigações Artísticas em Campinas, São Paulo Brasil e Espécies Nativas com o artista Genivaldo Amorim, em Valinhos, São Paulo, Brasil em 2022.

Foi curador, em vários projetos a nível nacional e internacional destacando-se os seguintes: Feira de Arte ARCO´06, em 2006; Feira de Arte Lisboa, em 2004 e 2008; Expo Arte Contemporânea Moçambique, 2004/06/08/10); como co-curador na Bienal TDM “A Máquina Que Queria Voar”, 2007 e na Bienal TDM “Espaços de Hoje: desafios e limites”, em 2009.

Foi curador no Museu Nacional de Arte em Maputo (2006 - 2010), director da Escola Nacional de Artes Visuais (2010 – 2017), director adjunto do Museu Nacional de Arte (2017). Atualmente é Coodenador do Instituto Guimarães Rosa Maputo.

É membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique – MUVART. Vive e trabalha em Maputo.

Inauguração dia 12 de fevereiro de 2025, às 17h30.