No dia 02 de março, às 18h, terá lugar, na Galeria do Centro Cultural Português, Polo da Beira, a cerimónia de inauguração de uma exposição coletiva de artes plásticas. A exposição intitulada “A Cultura sobre a arte” é da autoria de três jovens artistas plásticos beirenses. Pela primeira vez, teremos uma exposição que integrará um Ateliê de pintura, com o artista Nito Neto.

Abordar a cultura sobre a tela é alcançar a complexidade através do conhecimento da emoção, das crenças, da arte, da moral, da lei, dos costumes e de todos os demais hábitos e capacidades adquiridos pelo homem civilizado, cultural e social que, incessantemente, procura ilustrar e dar a conhecer ao Outro, a partir do Belo, a Cultura da Arte.

“A cultura sobre a tela” traz-nos a realidade do saber fazer, bem como a destreza no relacionamento entre os nossos costumes e a arte. O conjunto de telas revela a recriação da realidade do povo, a partir da pintura, onde a expressão artística evoca a Beleza.

Por meio da arte, os artistas expressam as suas necessidades, crenças, desejos, os sonhos de um povo que tem uma história por contar, seja ela individual ou coletiva. As representações artísticas oferecem-nos elementos que facilitam a compreensão da História dos povos ao longo das várias eras.

A título ilustrativo, podem-se citar as tradições, as festas populares, os saberes e valores, partilhados por um grupo social, inscritos na música, dança, gastronomia, lendas, poesia, inclusivamente em rabiscos nas pedras e em árvores.

A cultura está relacionada diretamente com a geração do conhecimento e com o exercício do pensamento, valores essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. Assim, a cultura é importante para a formação pessoal, moral e inteletual do indivíduo, enquanto promotora da transformação da sua capacidade para se relacionar com o próximo, emergindo da beleza das próprias telas.

Uma exposição imperdível que reúne telas com estórias sobre a nossa História.

Nino Neto

Neto Ramim Simbe nasceu a 04 de maio de 1993, no distrito da Beira, província de Sofala. A sua caminhada representativa do amor e paixão pela arte foi apelidada com vários nomes, nomeadamente, olhos de Cinza, olhos de tinta, Marujo do Amor. “Cavalete e Mwana Wamalambe” é o título do seu texto poético que vai transpondo para as suas telas, conjugando, desta forma, a poesia com a pintura.

Desde a sua infância que é apaixonado pelas artes com destaque para as Artes Plásticas, tendo despertado para as diversas capacidades na área da cultura, sobretudo do teatro e da poesia. Os objetos reciclados constituiram outro grande interesse para a sua arte, tendo feito várias apresentações em televisão e em diferentes locais com o seu nome artístico Nito Neto.

Trabalhou e criou várias obras, reunindo diferentes técnicas, tais como: abstração, reciclagem, colagem e óleo sobre a tela.

Entre 2009 e 2010, participou em feiras de artes plásticas e, consecutivamente, de 2012 a 2014, participou em exposições coletivas no Auditório Municipal da Beira. No seu percurso, foi fazendo várias apresentações e exposições nas diferentes feiras, com destaque para a FACIM com obras da sua autoria.

Em 2021, participou, igualmente, em diferentes feiras, tendo-lhe sido atribuído, numa delas, o Certificado de Honra como artista plástico. Por onde passa, Nito Neto vai deixando a sua marca artística.

David Alfredo

David Alfredo nasceu a 22 de março de 1993 e é natural da Beira, distrito da Beira, Província de Sofala.

Enveredou na arte plástica aos 10 anos, na Escola Primária Completa de Macurungo, quando frequentava o 4.º ano e fazia desenho a lápis a carvão e lápis a cor. Já no Ensino Secundário, em 2006, começou a experimentar as tintas. Já participou em vários concursos de artes plásticas na zona centro e sul de Moçambique.

Igualmente, integrou o evento nacional de Jovem Criativo, edição de 2017, participou na 6.ª Gala Nacional Jovem Criativo, fase provincial, realizada no Instituto Comercial; e também fez parte da 1.ª Edição da Residência Artística no Centro Cultural Português, em 2022.

David Alfredo participou, ainda, em várias exposições coletivas, tendo pintado um mural histórico em Inhaminga sobre a temática do Massacre de Inhaminga.

Alberto Jonasse

Alberto António Jonasse apresenta-se com o nome artístico de Beto Jonasse. É natural da Beira e nasceu a 19 de outubro de 1981.

Iniciou o seu percurso no mundo das artes com 10 anos. Com 24 anos, já era considerado profissional e artista multifacetado ligado à música e à pintura. Tem frequentado a Casa da Cultura da Beira e de Maputo, desde criança.

A sua primeira exposição individual “A magia do farelo” teve lugar, em 2015, na Casa da Cultura da Beira, e a segunda, em 2017, no Camões I.P. – Centro Cultural Português da Beira, intitulada “O meu lixo no talento”. Igualmente no CCP-Beira, no mesmo ano, integrou a exposição coletiva alusiva à vista arquitetónica da cidade.