O Camões – Centro Cultural Português em Maputo e a Galeria Arte d’Gema apresentam ao público uma exposição coletiva de arte contemporânea, “Passos Pela Vida”, que tem como principal objetivo a venda de obras a preços especiais e angariação de fundos para a artista moçambicana Lizette Chirrime, que está com um problema grave de saúde.

O Camões- Centro Cultural Português em Maputo e a Galeria Arte d’Gema associaram-se a um grupo alargado e diverso de artistas moçambicanos que se disponibilizou a doar obras para esta exposição de venda, com um propósito solidário de auxílio a uma colega e referência na comunidade artística em Moçambique. Entre os artistas associados a esta causa, podemos contar com obras de: Butcheca, Celestino Mudaulane, Chanã, Ciro, Datinho, Dito Tembe, Famós, Gemuce, Gonçalo Mabunda, Ídasse, João Donato, Jorge Dias, Júlio Dengucho, Lizette Chirrime, Luís Cardoso, Luís Santos, Luís Sozinho, Mapfara, Mariano Silva, Mateus Sithole, Mauro Pinto, Moisés Sambo, Mulalene,  Nelsa Guambe, Pedro Mourana, Pekiwa, Samuel Djive, Saranga, Sérgio Simione, Simone Simbine, Thandi Pinto, Tsenani e Ulisses.

A exposição estará patente desde a sua inauguração, no dia 26 de abril, até dia 10 de junho, de segunda a sábado, entre as 10h00 e as 17h00, na galeria do Camões – CCP Maputo. Durante este período, todas as pessoas são convidadas a visitar esta mostra de arte contemporânea moçambicana e, na medida das possibilidades de cada um, contribuir para a angariação de fundos que poderá minimizar o problema de saúde da artista Lizette Chirrime.

Lizette Chirrime nasceu em Angoche (Nampula), Moçambique, em 1973 e cresceu em Maputo, frequentando a escola comercial até aos 17 anos. Criar obras de arte usando pintura e costura sempre foi um passatempo importante para ela e nunca recebeu uma educação artística formal. Em 2004 realizou a sua primeira exposição individual em Moçambique intitulada “Metamorfoses de Saco”. Em 2005 frequentou uma residência de 3 meses no Greatmore Studios, Cidade do Cabo, o que estabeleceu a 1ª ligação com a África do Sul.  Chirrime viveu e trabalhou na Cidade do Cabo nos últimos 15 anos, tendo apresentado várias exposições individuais nomeadamente: em 2012 a segunda exposição individual “A Sinfonia da Alma Liberta” em Moçambique e em 2016 – “A Sinfonia da Alma Liberta II”, na África do Sul. Dois anos depois ainda na África do Sul apresenta “The Forms of Invisible Demands” e em 2020 “Mothers Gift” também na África do Sul, tendo regressado a Moçambique em 2021, residindo presentemente em Inhambane. Em 2021, já em Moçambique, inaugura a sua sexta exposição individual– “O livro de Ndimande”. Ao longo da sua carreira participou em diversas exposições coletivas em países como Alemanha, Noruega, Portugal, França Africa do Sul, para além de Moçambique.

A artista cria trabalhos têxteis em grande escala. Estes consistem na conjugação de formas abstratas representadas numa colagem de tecidos estampados de tshwe-tshwe e outras estampas africanas associadas ao vestuário feminino. A interação entre têxteis, abstração e arte como uma ferramenta terapêutica e espiritual tornam a arte de Chirrime única e distintamente africana. Lizette Chirrime tem apresentado o seu trabalho frequentemente em exposições coletivas e individuais, nacional e internacionalmente. As suas obras estão representadas em diversas coleções públicas e privadas.  Foi uma das finalistas de BRIGHT YOUNG THINGS 2017, prémios e programa de residências da ART AFRICA para apoio e celebração das vanguardas contemporâneas.