O Centro Cultural Português da Beira dedica o mês de maio ao escritor Heliodoro dos Santos Baptista, mês em que nasceu e faleceu, prestando-lhe uma pequena homenagem.

Heliodoro Baptista, sobejamente aclamado pela crítica em vida, não pode cair no nosso esquecimento, assim sendo, graças ao grande contributo da família, podemos apreciar, na Biblioteca, uma pequena coleção com as memórias do escritor que vão desde as suas pinturas e desenhos até à sua criação poética, passando por uma pequena exposição de entrevistas e artigos que figuram em publicações passadas da revista Tempo.

No dia 19 de maio, às 17h30, vamos receber o Dr. Anísio Páscoa e o filho, Heliodoro Baptista Júnior, que apresentarão, durante um evento literário, a obra do escritor Heliodoro Baptista, com especial destaque para o livro “Por cima de toda a folha”. Com este evento, pretende-se, uma vez mais, homenagear o grande escritor.

Heliodoro Baptista nasceu em Gonhane (Inhassunge), na cidade de Quelimane, capital da Zambézia, aos 19 de maio, de 1944.

Dos 4 aos 14 anos de idade, viveu em Portugal, respetivamente, na Póvoa de Varzim e na Mealhada.

Quando regressou a Moçambique, foi viver na cidade da Beira, capital da província de Sofala, onde iniciou a sua atividade jornalística e literária. O homenageado trabalhou no jornal “Notícias da Beira”, onde, mais tarde, se tornou Chefe de Redação. Assumiu este cargo alguns anos antes e depois da Independência de Moçambique.

Ainda, durante a década dos anos 70, como jornalista, escritor e poeta, coordenou a página literária “Artes e Letras Jovem”, e, posteriormente, o Suplemento “Diálogo” daquele matutino, espaço que desvendou as suas qualidades acentuadas na poesia e na crónica.

Tornou-se delegado do jornal “Notícias” de Maputo na Beira e, mais tarde, jornalista free-lancer.

Publicou as obras Por cima de toda a folha (seu livro de estreia) – 1987; A filha de Thandi – 1991; Nos joelhos do silêncio – 2005 (poesia), pela editora “Caminho”, na coleção “Outras Margens”.

Tem publicações dispersas em: “Notícias da Beira”, “Tribuna dos Jovens”, “Vozes da Zambézia”, Suplemento «Diálogo» do “Diário de Moçambique”, Jornal “Domingo”, Revista “Tempo”, Revista portuguesa “África”, “Palavra é Lume Aceso” e “No Reino de Caliban III.

Figura no duplo CD “Mãos Dadas”, editado em Manaus, no Brasil, em 1997, uma das recolhas mais representativas da poesia em língua portuguesa. É largamente traduzido em vários países e antologiado em diversos livros de entrevistas. Está antologiado em “Poesia, Contos e Lendas” e traduzido em vários países, em livros de entrevistas com escritores lusófonos.

Tem obras prontas para publicação, entre as quais: Moçambique Song e Nas Coxas Morenas da Memória.

Heliodoro Baptista foi galardoado com o Prémio Gazeta de Artes, em 1987, e o Primeiro Prémio Nacional de Literatura (Poesia), em 1991, e, ainda, com a Medalha dos 100 Anos da Cidade da Beira.

17h30