No próximo dia 09 de maio, às 18h, O Centro Cultural Português da BEIRA vai receber Isaías Mate, conhecido no panorama literário como Mudungazi.
Mudungazi vai lançar o seu livro de poesia “Sonata de uma nação vagabunda” que nos arrasta para uma dança silenciosa, individual e coletiva, obrigando-nos a refletir sobre diversas temáticas do quotidiano.
Através da metalinguagem, o “eu” lírico, por um lado, ergue a voz nas matas do silêncio da maioria, gritando angústias, tristezas, desassossegos, dor e medo. Eis a razão: de modo geral, a voz que soa em "Sonata de uma Nação Vagabunda" é a dos desprotegidos, denunciando o caos social, guiando-nos até à consciência de luta e esperança.
O verso de Mudungazi é vivo e vive no íntimo dos injustiçados, ou seja, na alma daqueles que Frantz Fanon disse serem "Os Condenados da Terra". Por outro, o sujeito poético canta a indiferença do amor, as formas de amar, a beleza da mulher negra, o processo de criação da poesia, entre outras temáticas.
O livro, que tem a chancela da Kulera Editora, será apresentado pelo Prof. Doutor Martins Mapera.
Biografia:
MUDUNGAZI, nome artístico de Isaías Mucindo Armando Mate, é natural de Gaza, distrito de Mandlakazi. Formado em Ciências da Linguagem, é docente universitário. Foi vencedor da 4.ª Edição do Prémio Literário José Craveirinha, na Categoria de Poesia, promovido pela Universidade Pedagógica - Maxixe, e teve uma Menção Honrosa no 3.º Concurso Internacional de Literatura da ALACIB (Academia de Letras, Artes e Ciências do Brasil), na Categoria de Poesia. Alguns dos seus textos integram a Antologia de Prosa e Poesia, do livro Impoética & Poesia, de Poemas & Cartas Ridículas de Amor e Memórias do Idai.
Biografia do Apresentador:
Martins JC-Mapera, Doutor em Estudos Culturais, pelas Universidade e do Minho. Professor da Universidade Licungo (UniLicungo), de Moçambique. Antigo diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade Zambeze (2015–2022). Publicou Realismo e lirismo em Terra sonâmbula, de Mia Couto, e Chuva braba, de Manuel Lopes (2015); Poema aberto e a tela da diversidade (poesia, 2017); Cinzas de cão: ensaios críticos de literatura. Tem desenvolvido investigação de natureza interdisciplinar e orienta teses de mestrado e doutoramento na área das literaturas, cultura e sociedade. É membro colaborador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho e participa no Projecto “Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal”, financiado pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.