A artista Mónica de Miranda estará em Moçambique entre 13 e 30 de Julho, no âmbito de uma residência artística para desenvolvimento do seu projeto “Obras Públicas”.
Neste projeto, Mónica de Miranda reflete sobre o modernismo em África, em especial em Moçambique, desde a década de 1920 até aos dias de hoje. Nas palavras da artista: «A “modernidade” em Africa, cujas conquistas na arte e na arquitetura foram fortemente impulsionadas pela noção de utopia em relação à emancipação do homem. A arquitetura modernista integrava-se simbioticamente à paisagem africana, denotando uma adaptabilidade às especificidades climáticas tropicais, como demonstram diversas soluções e obras implementadas e executadas.»
No âmbito desta residência artística, Mónica de Miranda pretende fotografar algumas estruturas de arquitetura modernista e documentar o seu estado de conservação e adaptação à realidade do presente. A artista tem também como objetivo desta residência efetuar uma pesquisa em arquivos moçambicanos, em particular no Arquivo Histórico de Moçambique, sobre imagens antigas dos mesmos edifícios que tenha fotografado.
O resultado do processo criativo desenvolvido durante a passagem de Mónica de Miranda em Moçambique, mais concretamente em Maputo e Ilha de Moçambique, será apresentado, num primeiro momento, na Galeria Carlos Carvalho, em Lisboa, Portugal, em Setembro de 2018.
Esta iniciativa conta com o apoio do Camões – Centro Cultural Português em Maputo e do Centro de Estudos Comparatistas, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Nota Biográfica:
Mónica de Miranda é uma artista e investigadora nascida no Porto (Portugal) com raízes em Angola. O seu trabalho é baseado em temas de arqueologia urbana e geografias pessoais. Mónica é licenciada em Artes Visuais pela Camberwell College of Arts, mestre em Arte e Educação pelo Instituto de Educação de Londres e doutora em Artes Visuais pela Universidade de Middlesex. Mónica é também uma das fundadoras do projeto de residências artísticas Triangle Network em Portugal e fundou em 2014 o projeto Hangar - Centro de Investigação Artística, em Lisboa. Em 2016 foi nomeada para o prémio Novo Banco Photo e expôs como uma das finalistas no Museu Coleção Berardo (Lisboa, Portugal). Mónica também foi nomeada para o Prix Pictet Photo Award no mesmo ano. Expõe regularmente e internacionalmente desde 2004. As suas exposições a solo incluem: Hotel Globo (Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, 2015); Arquipélago (Galeria Carlos Carvalho , Lisboa, 2014); Erosion (Appleton Square, Lisboa, 2013); An Ocean Between Us (Plataforma Revólver, Lisboa, 2012); Novas Geografias (198 Gallery, Londres / Plataforma Revólver, Lisboa / Imagem HF, Amsterdão, 2008). As suas exposições coletivas incluem: Contemporary African Art and Aesthetics of Translations at the Dakar Biennial (Senegal, 2016); Telling Time, Rencontres de Bamako Bienal Africaine de la Photographie 10ª edição (Mali, 2015); Ilha de São Jorge, 14ª Bienal de Arquitetura de Venezia (Itália, 2014); Do you hear me, Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal, 2008) e United nations, Singapore Fringe Festival (Singapura, 2007). Mónica de Miranda tem participado em várias residências em instituições como a Tate Britain, Instituto Francês, British Council / Iniva. O seu trabalho está presente em coleções públicas como a Fundação Calouste Gulbekian, o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e o Arquivo Municipal de Lisboa.
Para mais informação sobre Mónica de Miranda: https://monicademiranda.org/
Fotografia: Springboard, da série Swimming Pool, 2017, impressão em jato de tinta, 50 x 75 cm