Por que vieste? O que te trouxe aqui? Porquê agora? Vieste sozinho, por vontade própria ou alguém te chamou? Sonhei contigo. Sabia que virias.

Muave é uma performance artística multidisciplinar. Como ponto de partida, este ato explora personagens, estórias e práticas místicas, procurando intersecções com uma dimensão tecno-pagã. Entre passados, presentes e futuros, Muave cria um choque com a história, encara o agora, presume futuros nos quais os lugares perdem o sentido, onde a pluralidade e a diversidade deixam de operar de maneira previsível, onde a tradição se aproxima cada vez mais da extinção.

Esta consulta terapêutica audiovisual integra música eletrónica e estímulos visuais, procurando uma imersão da audiência numa experiência multissensorial.

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Iniciativa integrada na programação do Festival Gala Gala que decorre de 13 a 19 de setembro e que reúne atividades de 9 centros culturais.

BIOGRAFIAS

Chris é um designer de som, artista, produtor e multi-instrumentista baseado em Maputo. O seu trabalho já foi apresentado em galerias, filmes, álbuns, rádio, TV, videogames e espaços comerciais na África do Sul, Europa e Estados Unidos. Morou e trabalhou em Boston, New Orleans e Cidade do Cabo e atualmente dirige um estúdio de gravação em Maputo.

Tendo iniciado a sua carreira como músico em meados da década de 1990, Chris atuou e produziu nos mais diversos géneros, com músicas publicadas em Hip Hop, Dub, Rock and Roll, Afro House e Psicadélica. Atualmente Chris está focado na produção e mixagem para grandes gravadoras independentes, fomentando o talento moçambicano, produção sob medida e licenciamento musical para marcas ao redor do mundo.

Mais recentemente, Chris está fundindo os limites entre música e design de áudio, criando texturas sonoras que provocam distintas respostas físicas e emocionais do público. Com uma abordagem holística do som e usando técnicas de produção experimental, Chris toma atenção ao espaço físico e ao tempo em que o ouvimos e explora o meio de uma forma ampla para capturar sentimentos e imaginar novos mundos para humanos e plantas.

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Designer e artista visual, João Roxo é cofundador e catalisador criativo da Anima, o primeiro coletivo em Moçambique com foco na comunicação para as Artes e o Desenvolvimento Social em geral. Licenciado pela Universidade de Aveiro, concluiu mais recentemente um MFA pelo Departamento de Design do Sandberg Instituut de Amesterdão. O seu projeto final de pesquisa, The Hands That Feed You, reflete sobre certas dinâmicas da dependência global, com foco na divisão Norte-Sul.

Através do seu trabalho visual, João explora múltiplos suportes e formatos, desde projetos de investigação a matéria impressa e projetos audiovisuais imersivos, procurando sempre acrescentar um corpo de expressão gráfica cada vez maior.

João está interessado em explorar modelos educacionais novos e sustentáveis ​​dentro e ao redor da prática de design, baseados na autossuficiência criativa. Natural de Maputo, já residiu em Portugal e na Holanda onde teve oportunidade de estudar, trabalhar e apresentar o seu trabalho em escolas, mostras e exposições. De volta para casa, ele atualmente vagueia por múltiplas dimensões e realidades indefinidas.

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Amplamente considerado um dos pioneiros de uma nova vaga da música eletrónica africana, Nandele é um beat maker, produtor e DJ moçambicano. A sua fusão única de baixo pesado boombap, dubstep, trap, trip-hop e os ritmos maconde do Norte de Moçambique colocou-o na vanguarda da cena musical alternativa.

Filho do primeiro diretor negro da Rádio Nacional de Moçambique após a independência, cresceu exposto a um vasto catálogo musical de música local e internacional, incluindo Santana, Kanda Bongo Man, Fela Kuti e Michael Jackson - influências que incorpora livremente na sua música para criar novos géneros.

Conhecido por sua escrita prolífica e performances de alta energia, Nandele ornamentou os palcos de grandes festivais como Afropunk, Bushfire e Azgo e colaborou com artistas premiados, incluindo Azagaia, the Mute Band e Felix Laband. A sua música aparece em filmes, produções teatrais e lançamentos internacionais. Através da sua música, Nandele tenta o inimaginável, levando-nos numa jornada para nos comunicarmos com outros planetas.

 

FICHA TÉCNICA

Organização: Camões – Centro Cultural Português

Direção e Coordenação: João Pignatelli

Som: Chris Born

Som: Nandele Maguni

Visuais: João Roxo

Instrumentista: May Mbira

Às 19h00