O Camões – Centro Cultural Português apresenta ao público a exposição Os fluxos de fuga e o chapa de milão, de Celestino Mudaulane e João Donato, dois artistas plásticos que se têm destacado no cenário da arte contemporânea moçambicana e internacional.

Na exposição Os fluxos de fuga e o chapa de Milão, o público terá a oportunidade de encontrar um vasto conjunto de obras inéditas, de desenho e cerâmica, dos dois artistas moçambicanos que vivem e trabalham na cidade de Maputo.

A coletiva, produzida a quatro mãos, conta com a participação especial do ensaísta e jornalista José dos Remédios que, a convite do Centro Cultural Português, elaborou uma reflexão sobre o projeto, a que intitulou Os fluxos e o chapa.

“Sem propor-se a enunciar qualquer verbo que seja, a mostra colectiva Os fluxos de fuga e o chapa de Milão abrevia uma série de preocupações, que, partindo de desassossegos interiores, pluralizam questões universais inerentes à vida e à sua circunstância. Na verdade, Donato e Mudaulane, quais passageiros de um chapa voador, do Xipamanine ou do Anjo Voador, dão forma a universos (im)possíveis, ora em labirintos aparentemente sem saída, ora na capacidade de verem luz à entrada do túnel...”, afirma José dos Remédios.

Dividida em diversos núcleos, a exposição integra cerca de 90 peças de cerâmica originais, de João Donato, e 14 desenhos de grande formato, de Celestino Mudaulane, que, em diálogo, vão desafiar o público a percorrer o “trajeto” e a vivenciar a sua própria estória ou alegoria criativa.

A exposição Os fluxos de fuga e o chapa de Milão é organizada pelo Camões – Centro Cultural Português, conta com o apoio do Millennium Bim, e poderá ser vista gratuitamente, de segunda a sábado, até ao dia 15 de dezembro.

 

Sobre os artistas:

Celestino Mudaulane nasceu em 1972, em Maputo, Moçambique, onde vive e trabalha. Licenciado em História, pela Universidade Eduardo Mondlane, concluiu o nível médio em Cerâmica, em 1992, na Escola de Artes Visuais, onde é Diretor-adjunto Pedagógico e professor de Cerâmica e Design. É membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique (MOVART) e, atualmente, Presidente do Núcleo de Arte. Desde 1992 que Mudaulane participa em exposições coletivas e realiza apresentações individuais, nomeadamente, na África do Sul, Angola, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Ilha Reunião, Itália, Moçambique e Portugal.

João Donato nasceu em Maputo, Moçambique, em 1953. Iniciou o seu trabalho nas artes cerâmicas em 2002, em Brasília, com a mestre ceramista Cecy Sato. Em 2005, foi a Londres, onde estudou sob a tutela de Daphne Carnegy, no City and Islington College, tendo, depois, trabalhado nessa cidade como técnico de cerâmica até 2011. No mesmo ano, regressa a Maputo, onde vive e trabalha. Com uma carreira internacional estabelecida, João Donato tem apresentado o seu trabalho em diversas exposições individuais e coletivas, na África do Sul, Brasil, Moçambique, Portugal, Reino Unido e Suécia.