"De porto em porto” foi concebido enquanto um programa sustentável de três anos e será, em articulação com o Serviço Educativo, um dos veículos para Serralves criar uma plataforma transnacional de pesquisa e de partilha cultural e de produção artística.
Pensando a língua portuguesa como poderoso agente cultural, esta é tomada como campo de referência para a abordagem a eixos de produção artística para lá dos centros ocidentais historicamente estabelecidos.
Inspirada nas ideias de porto, enquanto interface entre terra e mar e espaço de encontros e trocas culturais, e de barco, enquanto espaço em movimento capaz de ligar várias culturas e agente propulsor da imaginação, Serralves inaugura, em 2015, o projeto de residências artísticas "De porto em porto”.
Estas residências multidisciplinares são entendidas como "espaços comuns” potenciadores de colaborações e de diálogos entre autores e intérpretes e geradores de um património artístico no contexto das artes performativas, sublinhando o papel do museu de arte contemporânea enquanto potenciador, produtor e disseminador de práticas e de conhecimento.
Na edição de 2015, "De porto em porto” reconhece a importância do trabalho artístico desenvolvido por criadores africanos ativos nas áreas da dança e da música, sediados em Angola e Moçambique, e convida os coreógrafos e bailarinos Pak Ndjamena e Janeth Mulapha, de Maputo, e os músicos Jorge Mulumba e Luís Pedro Fonseca (LP), de Luanda, a encontrarem-se com a coreógrafa e bailarina Vera Santos, o músico Pedro Augusto (Ghuna X) e os artistas visuais Mariana Caló e Francisco Queimadela, todos eles do Porto.
A residência é constituída por duas semanas de trabalho em que os recursos espaciais, logísticos e técnicos da Casa e do Auditório de Serralves estão à disposição dos artistas para aí desenvolverem as suas pesquisas.
Ao longo deste período, os artistas contam com os contributos dos observadores e instigadores Ana Pais (dramaturgista, investigadora e ensaísta) e Marcelo Evelin (bailarino, coreógrafo e professor de improvisação). São feitas também apresentações individuais e/ou coletivas e encontros abertos ao público.
Esta iniciativa conta com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, do Kinani e da empresa Castanheira, Só Música.