Eduardo Quive e Lúcia Vicente são os autores vencedores da edição de 2022 do programa de intercâmbio literário e estarão em residência, de 25 de agosto a 25 de setembro, em Lisboa, Portugal, e de 1 a 31 de outubro, em Maputo, Moçambique, respetivamente.

O júri constituído por Maria Carlos Loureiro (Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, convidada), João Pignatelli (Diretor do Camões – Centro Cultural Português em Maputo) e Carlos Moura-Carvalho (Diretor Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa) decidiu por unanimidade selecionar as propostas de trabalho de Eduardo Quive e Lúcia Vicente, considerando que no universo das candidaturas admitidas são as que melhor se enquadram na lógica do presente programa de intercâmbio literário. Foi também destacado pelo júri o impacto e benefícios destas residências, e dos encontros e experiências que proporcionam, para a atividade literária dos candidatos vencedores e para os projetos apresentados.

Criado ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, o programa de incentivo à criação literária e aposta na internacionalização da cultura destina-se a escritores de nacionalidade portuguesa e moçambicana com obra publicada e que pretendam desenvolver um projeto de criação literária.

Sobre os vencedores:

Eduardo Quive será o escritor em residência literária em Lisboa, de 25 de agosto a 25 de setembro de 2022. Eduardo Quive, jornalista, escritor e produtor cultural com experiência em imprensa, televisão e multimédia. Atualmente é editor da revista digital Literatas e colabora com imprensa moçambicana e estrangeira, escrevendo sobre artes, cultura e inovação. Como escritor é autor de um livro de poesia, tem textos em prosa e poesia publicados em antologias e é coautor de um livro de entrevistas. Tem produzido e programado eventos literários.

Lúcia Vicente será a escritora em residência literária na cidade de Maputo, de 1 a 31 de outubro de 2022. Lúcia Vicente nasceu à beira da Ria Formosa, em Faro, numa família cheia de mulheres. Foi a primeira desse núcleo a concluir uma licenciatura. Cedo se questionou sobre o papel da mulher na sociedade e por que razão os livros de História nunca mencionavam mulheres. Em 1995, criou, juntamente com um grupo de amigos, o coletivo feminista MUPI (Mulheres Unidas Pela Igualdade), e dedicou-se ao ativismo feminista em adolescente. Em 1997, foge rumo a Lisboa, onde se licenciou em História e História Cultural e das Mentalidades na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Em 2007, ingressa no mestrado de Estudos de Género da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que nunca o terminou por diferenças ideológicas e de pensamentos históricos inultrapassáveis: teimava em olhar a História das Mulheres através dos olhos das mulheres e não pela lente dos Homens. Em 2018 publicou o seu primeiro livro feminista para crianças, Portuguesas com M grande - os livros de princesas sempre lhe provocaram urticária.

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